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Líderes tranquilos, funcionários motivados!

Atualizado: 17 de mai. de 2022


Liderar seres tão complexos como os humanos não é algo trivial. Por que é tão difícil motivar a ação conjunta e coordenada de grupos humanos? É consenso que aprendemos mais sobre o cérebro nas últimas quatro décadas do que durante toda história da humanidade!


Boa parte do nosso comportamento social tem um objetivo muito simples: minimizar ameaças e maximizar as chances de recompensas. Do ponto de vista cerebral, esse comportamento social é semelhante a busca das necessidades básicas de sobrevivência e, a falta de empatia, nos levam muitas vezes a conclusões falsas.


O expert na neuroliderança, David Rock, sugere que o tema liderança deve ser discutido no que ele chama de Neurociência Social. Uma das maiores contribuições de David Rock para esse tema foi o modelo SCARF (Rock, 2008).


O modelo SCARF deriva das iniciais das palavras inglesas:

  • Status,

  • Certainty (certeza),

  • Autonomy (autonomia),

  • Relatedness (companheirismo) e

  • Fairness (justiça).


Status

É a importância relativa do líder no grupo, e tem como objetivo a clareza da relação entre líder e liderado.

Representa também a forma como o líder se sente e como ele se vê quando comparado aos que estão ao seu redor.


Certainty (certeza)

É o sentimento em relação ao futuro. É a capacidade de saber (ou acreditar que sabe) como as coisas vão evoluir ao nosso redor e nos afetar, seja na nossa carreira, no desempenho da empresa ou em qualquer aspecto do convívio social.

Trabalhar com o time de forma transparente, deixar claro todas as regras e quais serão os reflexos de cada ação tomada naquele momento.


Autonomia

É a sensação de poder, da capacidade de decidir nosso próprio destino e de não estarmos sendo levados pela corrente ou coagidos pelo poder de outros.

Os líderes e os liderados precisam sentir que possuem autonomia e sensação de controle das suas atribuições.


Companheirismo

É a sensação de segurança no grupo, de estar entre amigos e não entre rivais.

É a garantia da tranquilidade de estar entre as pessoas nas quais se pode confiar.


Justiça

É a percepção de que estamos sendo tratados de forma justa, não necessariamente igualitária, mas segundo regras claras e que são plenamente aceitas por todos.

Essa regras claras podem ser chamadas de dignidade e decência.


Para David Rock, deter o poder e ser líder são situações completamente diferentes. Para motivar um grupo é necessário que o líder tenha empatia e saiba criar condições para que sua equipe não se sinta ameaçada.


Um exemplo citado pelo autor se refere que as áreas do cérebro que se mostram ativas quando recebemos um golpe no estomago, por exemplo, são as mesmas que reagem a um mau desempenho no trabalho e que resulte em uma bronca do chefe.


A dominação racional é facilmente adaptável para o mundo corporativos. Ela é típica dos líderes cumpridores de regras. No entanto, será que um líder estritamente racional consegue tirar o melhor dos seus liderados, motivar as suas equipes, favorecer o comprometimento e a criatividade? A resposta é não.


A liderança alfa é uma liderança ativa e autêntica. É centrada no afeto, mas não abre mão da metacognição, do pesar das emoções para fazer as melhores coisas. Em uma única palavra, o líder alfa deve praticar, a um só tempo, a capacidade empática e a metacognição.


O líder é um gestor de sentimentos e, ao mesmo tempo, o seu exercício do poder é racional, exigindo o máximo de atenção e percepção cognitiva de si e dos demais membros do grupo.


Do ponto de vista cerebral, pode-se concluir que o líder alfa é um elemento raro e que o exercício dessa liderança, essencialmente afetiva, mas não só, não é uma tarefa fácil.


Espero que tenha gostado.


Para entender um pouco sobre metacognição, sugiro a publicação “A culpa é do cérebro!”.



Referências:

ROCK, D. Your brain at work. Nova York: Harper, 2008.

O autor explora diversos mecanismos cerebrais úteis para todas as aplicações. A abordagem é feita por meio de storytelling envolvendo situações da vida cotidiana analisadas a partir de conteúdos de Neurociência aplicada.

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